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Leilões ecoam pensamentos de Bieto

Do zero ao infinito. Este é o número depois do $ possível de ser alcançado em lances de um leilão de obras de arte. A proposta parece simples e justa, mas há quem se incomode com tamanho espaço para possibilidades ao falar do valor da arte. Nos últimos meses, Bieto viu suas ideias serem traduzidas em ações práticas por meio dos leilões.

O principal resultado disso é o Leilão com Causa, perfil no Instagram, criado por ele para “tentar amenizar a perda das pessoas que estão ao meu redor e que ficaram sem trabalho e renda com a pandemia”. As pessoas genéricas viraram nomes e se transformaram nas protagonistas da primeira causa: arrecadar dinheiro para três diaristas que trabalharam em casas em que Bieto viveu.

Fotos das obras de Bieto (desenhos em A3 ou A4) foram postadas no perfil e os seguidores tiveram 24 horas para dar seu lance. Do zero ao infinito. Após apenas 4 semanas, cada uma das três diaristas recebeu diretamente dos compradores das obras mais do que o Estado brasileiro disponibiliza por mês como ajuda emergencial.

Usando a mesma dinâmica, a segunda causa rendeu bons frutos tanto para o artista quanto para a Casa Mariás, que apóia mulheres em situação de vulnerabilidade pela violência doméstica: uma live no Instagram com especialistas no assunto levou o árduo tema de forma leve aos seguidores do Bieto. Já a renda obtida pela venda das obras no Leilão com Causa foi revertida integralmente para a instituição.

Recentemente, ao participar do necessário Leilão na Fonte, o quadro de Bieto “Vontade de Potência” arrecadou o valor recorde de uma obra disponibilizada para o leilão. Começou do zero. O dinheiro dessa vez foi para os catadores e moradores de rua de São Paulo, por meio dos projetos @pimpmycarroca e @projetovoltandoaescola e apoio da @umida_arte.

“Novas causas estão por vir e com elas a vontade de colocar em debate temas sobre os quais venho refletindo, como a construção do valor da arte, a função do artista e suas necessidades básicas, o cuidado com quem está no meu entorno e muito mais.” Do zero ao infinito.

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